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segunda-feira, 16 de março de 2015

0.9.0.3 - A necessidade de estatística em um projeto de pesquisa.

Vou deixar esta informação aqui, embora possa conter, além da informação, minha opinião sobre o assunto.

Ciência trata de conhecimento. Pesquisa científica, de ampliar esse conhecimento.

Conhecimento ganha o adjetivo "científico" se foi adquirido através de um processo (metodologia) próprio para isso.

Processos desse tipo são estudados e criados desde a antiguidade (procure epistemologia na net).

Um pioneiro no estudo e aperfeiçoamento da ciência moderna é René Descartes. A obra citada é o "Discurso do Método" veja post http://fabionakano.blogspot.com.br/2015/02/0-razao-como-guia.html. O método apresentado propõe que se parta de verdades e através da correta aplicação de operações lógicas chegue-se a verdades. É um método dedutivo.

O processo dedutivo é (ou era), pouco aplicável à generalização que se desejava em ciência, num processo em que parte-se de observações e chega-se às "Leis da Natureza" (para usar um termo da época). Mesmo assim, a ciência avançou, por exemplo, Newton, no séc XVII publicou as "Leis do Movimento" e a "Lei da Gravitação Universal". Na época não havia um método consolidado que permitisse generalizar (criar "Leis", regras ou fórmulas) a partir de observações.

A preocupação com esse processo (chamado indução) foi levantado por Bertrand Russell em seu  The Problems of Philosophy (1912)*

A solução atual foi percebida, ou esboçada por Keynes (sim! o mesmo da teoria econômica) em seu "Tratado sobre probabilidade" (http://www.gutenberg.org/files/32625/32625-pdf.pdf) e tratada diretamente por Popper em "A Lógica da Descoberta Científica" (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Logic_of_Scientific_Discovery). Esta baseia-se pesadamente em probabilidade e estatística (por isso a importância da área e da disciplina TADI).

Há duas grandes etapas nessa solução para generalização. A segunda é testar (estatisticamente) hipóteses: Formular as hipóteses da pesquisa em termos de testes estatísticos e aplicá-los sobre uma população, ou uma amostra a fim de obter o valor ou uma estimativa (a técnica não permite ter certeza absoluta, mas apresenta um nível de significância ou alternativamente um intervalo de confiança).

Uma hipótese corriqueira e transformável diretamente em teste estatístico é: "Que candidato vencerá a eleição? A ou B?"

Tanto a hipótese quando os dados precisam satisfazer algumas condições para que a metodologia estatística seja aplicável. Por exemplo, a população precisa ser grande (a do Brasil é).

Há limitações na coleta de dados. Por exemplo extremo, não é economicamente viável consultar toda a população. Até porque equivaleria a realizar a eleição.

As teorias desenvolvidas em estatística permitem consultar uma parcela pequena da população (uma amostra) e obter uma estimativa do resultado (novamente com um nível de incerteza, significância ou intervalo de confiança).

A primeira grande etapa é planejar a amostra de forma que esta "copie" da melhor forma possível a população e fazer a coleta de dados de acordo com esse plano.

Espero que esta informação tenha melhorado sua compreensão sobre as etapas 3, 4 e 5 do esquema do projeto de pesquisa do post http://fabionakano.blogspot.com.br/2015/03/09x-pontos-fundamentais-de-um-projeto.html

Uma referência (apresentação em slides) que procura fazer a conexão na direção oposta (de TADI para RP e metodologia científica): http://each.uspnet.usp.br/lauretto/ACH0021_2015/aula01.pdf

* Desculpe, li isso há algum tempo. A melhor fonte que encontrei (em 10min) é http://worden.blogspot.com.br/2010/09/o-problema-da-inducao-em-bertrand.html

0.9.0.1 - Pontos fundamentais de um projeto de pesquisa [RUDIO, 2009]

Seções:

  1. O que fazer? (Planos da natureza e formulação do problema e do enunciado das hipóteses)
  2. Por que, Para que, para quem fazer? (Planos dos objetivos e da justificativa da pesquisa)
  3. Onde, como, com que, quanto, quando fazer? (plano do experimento)
  4. Com quanto fazer e como pagar? (Plano de custos da pesquisa)
  5. Quem vai fazer? (Plano do pessoal responsável pela pesquisa)
(Notas:
- Adaptei os ítens para ajustá-los ao formato possível no post. Veja o livro para ver o formato original.
- Em 1.5 há uma sub-seção contendo resultados esperados)

Sub-seções:

1.

  1. formular problema;
  2. enunciar hipóteses;
  3. definir os termos do problema e das hipóteses (plano de experimento);
  4. estabelecer as bases teóricas, ié, a relação que existe entre a teoria, a formulação do problema e o enunciado das hipóteses (por que e de que modo a formulação do problema e o enunciado das hipóteses se refere à teoria?)
  5. consequência para a escola e/ou para a teoria se as hipóteses forem aceitas ou, ao contrário, se forem rejeitadas.

2.

  1. Motivos teóricos e práticos que justificam a pesquisa;
  2. Definir, de modo geral, o que se pretende alcançar com a execução da pesquisa (visão global e abrangente);
  3. Quem será beneficiado, com exemplos (casos de uso);

3.

  1. descrever o campo de observação (população e local, plano de amostragem, se necessário) com suas unidades de observação (pontos amostrais) e variáveis que interessam à pesquisa;
  2. descrever o instrumento de pesquisa que será utilizado, que informações se pretende obter com ele e como o instrumento será utilizado;
  3. utilização de provas estatísticas: quais as hipóteses estatísticas utilizadas, como os dados obtidos serão codificados, que tabelas serão feitas e como serão feitas, que provas estatísticas serão utilizadas para verificar as hipóteses, em que nível de significância e previsão para interpretação dos dados;
  4. cronograma;

4.

  1. Prever gastos

5.

  1. Coordenador e ou responsável
  2. Entidades coparticipantes;
  3. participantes de nível técnico;
  4. pessoal auxiliar;


2.13 - Sobre Introdução à Metodologia Científica [BASTOS, 2004]

O Capítulo I - Constatação Inicial cita leis brasileiras que regulam o ensino universitário, a reforma do ensino médio e faz comentários baseados em exemplos (sem citar fontes nem estudos estatísticos) com opiniões e conclusões. Concordo com algumas, discordo de outras.

Os Capítulos II, III e IV explicam técnicas de estudo e leitura (acredito que ou referenciadas ou aplicadas com sucesso pelo autor). São bons exemplos e servem como primeiro passo. É importante que cada um de nós desenvolva a sua própria pois são essenciais para fazer pesquisa científica.

Os Capítulos V, VI e VII lidam com pesquisa científica propriamente dita. Apresenta ligações para buscar explicações mais aprofundadas sobre metodologia científica (por que é assim, como se desenvolveu,...), como fazer pesquisa científica (por que é assim, como se desenvolveu,...),e como apresentar trabalhos científicos (por que é assim, como se desenvolveu,...)...

Na minha opinião, fornece uma (particular) visão geral do ambiente brasileiro e menciona as habilidades e formalidades relacionadas à pesquisa científica.

Assim que o estudante escolha em que direção aprofundar-se (por exemplo - escrita de projeto de pesquisa) deve complementar seu conhecimento com bibliografia mais detalhada.

 BASTOS, Cleverson Leite - Aprendendo a Aprender: Introdução à Metodologia Científica - 2004, Petrópolis RJ, Vozes, ISBN 85.326.0586-9. Localizador na biblioteca EACH: 001.42 B327a

0.9.0.0 - Bibliografia que uso (2015)

BASTOS, Cleverson Leite - Aprendendo a Aprender: Introdução à Metodologia Científica - 2004, Petrópolis RJ, Vozes, ISBN 85.326.0586-9. Localizador na biblioteca EACH: 001.42 B327a

  1. Apresenta o que é esperado do ensino superior, professores e estudantes. 
  2. Constata a condição em que a maioria dos estudantes chega ao ensino superior;
  3. Aponta em que o estudante pode se aperfeiçoar dado que está no ensino superior;
  4. Propõe técnicas para isso;
  5. Aborda superficialmente o que é pesquisa científica.
Opinião sobre o livro no post http://fabionakano.blogspot.com.br/2015/03/213-sobre-introducao-metodologia.html


RUDIO, Franz Victor - Introdução ao projeto de pesquisa científica - 2009, Petrópolis, RJ, Vozes, ISBN 978-85-326-0027-1. Localizador na biblioteca EACH: 001.42 R916i

Detalha como fazer projetos de pesquisa - apresenta os elementos que julga necessários, explica-os e apresenta exemplos e roteiros.


0.9.0.2 - A EACH tem uma Incubadora de Empresas?

Sim, chama-se HABITS a homepage é: http://www.each.usp.br/sistemas/incubadora/
O Edital 2014/2015 está em http://www.each.usp.br/sistemas/incubadora/wp-content/uploads/2014/12/EDITAL_HABITS_final.pdf

0.9.0 - Respostas a perguntas feitas durante a aula

Por favor use o sumário para acessar diretamente as respostas.
http://fabionakano.blogspot.com/2015/03/sumario-ach0041.html

0.9 - ACH0041 - Resolução de Problemas

A ementa da disciplina está em https://sistemas2.usp.br/jupiterweb/obterTurma?sgldis=ACH0041
O objetivo imediato é escrever um projeto de pesquisa científica.

Para isto os livros que recomendo dão uma visão geral do que é metodologia científica e de como é um projeto de pesquisa (http://fabionakano.blogspot.com/2015/03/0900-bibliografia-que-uso-2015.html)

As aulas são às segundas-feiras das 19-22h45 no prédio do Ciclo Básico (CB) bloco 2 (laranja) sala 9, sub-salas RP9 e RP10.

Para apresentação de trabalhos e avaliação, há reuniões entre três turma (e seus docentes). Estas serão no CB, Bl 1 (amarelo) sala 11 nos dias 27.04 e 15.06

Cada grupo terá cerca de 15 minutos para apresentar seu trabalho.